A atual cadeia de valor do café garante prosperidade a todos? Os produtores conseguem ter um meio de vida ascendente, que possibilite a cada futura geração estar melhor do que a anterior, como ocorre nos demais elos da atividade? As respostas para esses questionamentos deverão surgir nos debates do 3º Fórum Mundial de Produtores de Café (WCPF, em inglês), que terá sua primeira etapa realizada, de forma virtual, no dia 15 de julho de 2021.
Segundo a diretora da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), Vanusia Nogueira, que representa o Brasil no comitê internacional do WCPF, nessa primeira fase on-line, o foco dos trabalhos será como criar uma estrutura que permita a obtenção de prosperidade aos cafeicultores em médio e longo prazos, contando com a contribuição de atores de todos os elos da cadeia produtiva, como produtores, exportadores, industriais, governos, ONGs, agências de cooperação, fundações, entre outros.
"O Fórum surgiu da constante preocupação, observada nos últimos anos, da falta de renda de bem-estar e de prosperidade aos cafeicultores e suas famílias, que ficam com pequena fatia dos bilhões de dólares movimentados anualmente na cadeia cafeeira. Como continuidade dos trabalhos das duas edições anteriores, no evento virtual do próximo mês, buscaremos a definição sobre o conceito de prosperidade para produtores de café e quais ações e cooperações internacionais são necessárias para, de fato, se alcançá-la", explica Vanusia.
Para contribuir com o debate rumo à definição do conceito de prosperidade aos cafeicultores e os consequentes caminhos para o desenvolvimento e o financiamento dos Planos Nacionais de Sustentabilidade do Café nos países produtores, a etapa virtual do 3º WCPF contará com a participação Gerardine Mukeshimana, ministra de Agricultura de Ruanda; Afriyie Akoto, ministro de Alimentação e Agricultura de Gana; José María Figueres, ex-presidente da Costa Rica; Hailemariam Desalegn, ex-primeiro ministro da Etiópia; e do professor Ph.D. Jeffrey Sachs, diretor do Centro de Estudos de Sustentabilidade do Instituto La Terra da Universidade de Columbia nos Estados Unidos.
Também marcarão presença representantes do Banco Mundial, da Organização das Nações Unidas (ONU), do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), da BSCA, da Federação Nacional de Cafeicultores (FNC) da Colômbia, da Agência de Cafés da África e do Madagascar (ACRAM), da India Coffee Trust e da Associação de Cafés Finos da África (AFCA). O evento on-line é gratuito, terá tradução para inglês, espanhol, francês e português e os interessados podem se inscrever em https://worldcoffeeproducers.eventsfactory.rw/.
SEGUNDA ETAPA EM RUANDA
A segunda parte do 3º Fórum Mundial de Produtores de Café está prevista para ocorrer presencialmente, em Kigali, capital da Ruanda, em julho de 2022, quando se espera um melhor cenário sanitário mundial no que se refere à Covid-19. Na oportunidade, o professor Sachs apresentará as diretrizes que estruturará para os Planos Nacionais de Sustentabilidade do Café a serem executados nas nações cafeeiras visando à real prosperidade para as famílias produtoras e suas gerações futuras.
SOBRE O 3º WCPF
O terceiro Fórum Mundial de Produtores de Café, cujo anfitrião será Ruanda, é a extensão das duas primeiras edições, realizadas em Medellín, na Colômbia, em 2017, e em Campinas, no ano de 2019, no Brasil, organizada pela BSCA em parceria com o Conselho Nacional do Café (CNC) e a Cooperativa Agroindustrial de Varginha (Minasul).
Cada um dos encontros reuniu mais de 1.500 representantes de produtores, indústrias, governos, agências multilaterais e ONGs de mais de 40 países e contaram com palestrantes convidados de alto nível, como, por exemplo, o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, e o presidente colombiano e Prêmio Nobel da Paz, Juan Manuel Santos, além de especialistas como o próprio professor Jeffrey Sachs.
Com expressivo grupo de experts, a reunião virtual deste ano analisará e desenvolverá uma agenda rumo à verdadeira prosperidade na produção de café, a qual permita que as gerações futuras de cafeicultores tenham condições de vida melhores que as atuais.
Esse trabalho será a base para desenvolver guias a serem aprovadas na reunião presencial em Kigali, Ruanda, em julho de 2022, para a criação dos Planos Nacionais de Sustentabilidade, que permitam aos cafeicultores implantar políticas abrangentes que assegurem o futuro do setor com produtores prósperos e produção sustentável.
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